O que 12 empreendedores bilionários já sabiam?

Que nossos filhos talvez não venham a cursar a universidade, todos sabemos...que a educação tende a ser em pequenos módulos com temas que genuinamente os interessem e tenham aptidão, sem perder de vista as oportunidades que surgem com o futuro do trabalho, também. Tudo isso, associado ao ensino de STEM e estímulo das habilidades socioemocionais, será chave para formar e transformar essas crianças em seres inteiros e realizados! E o que se fala delas não terem mais interesse ou necessidade de fazer ao menos uma faculdade? Muitas empresas excelentes já não consideram graduação um pré-requisito. Afinal os modelos estáticos do passado não fazem mais sentido.
Alguns dados ajudam a materializar o que estamos falando e indicam o por que de algumas perguntas clássicas não fazerem sentido para as novas gerações. “O que você vai ser quando crescer? Qual a sua formação? O que você faz? Quando por volta de 2033, em pouco mais de uma década, 65% das profissões ainda não existem hoje e 47% das atividades atuais serão automatizadas. Além disso só 27% das pessoas estarão trabalhando em suas áreas de formação. Na velha economia, nós estudávamos, depois trabalhávamos e por fim nos aposentávamos em uma média de vida de cerca de 70 anos. Já nos dias atuais, as novas gerações aprendem, se engajam, aprendem mais, desaprendem, engajam novamente e voltam a aprender, e assim será por toda as suas longas vidas, quem sabe ultrapassando os 100 anos. Aposentadoria? Podemos chamar de pausas, sabáticos, períodos dedicados a um hobby ou atividade social. Depois começarão tudo de novo. Insights de Heather Mcgowan, que também afirma que o futuro do trabalho é estar aprendendo.
Mas, não é de hoje que alguns dos empresários e executivos mais bem sucedidos dos últimos tempos não se preocuparam com títulos, mas com a essência – não estou falando de não estudar e mais que isso, não aprender. Alguns exemplos são clássicos, como Bill Gates, Steve Jobs e Mark Zuckerberg, outros novidades para mim, como Larry Ellison (Oracle), Michael Dell (Dell), Paul Allen (Microsoft), Richard Branson (Virgin) e Barry Diller (IAC), para citar os mais icônicos da velha guarda. Dos novos tempos, temos ainda, Matt Mullenweg (Wordpress), James Park (Fitbit), John and Patrick Collison (Stripe), Jack Dorsey (Twitter e Square), Daniel Ek (Spotify), Sean Parker (Napster e Facebook), Evan Williams (Twitter), Jan Koum (WhatsApp), Dustin Moskovitz (Facebook and Asana), Travis Kalanick (Uber), Arash Ferdowsi (Dropbox), Bob Pittman (iHeartMedia), David Karp (Tumblr) e Kevin Rose (Digg). Só para citar alguns mencionados em um artigo da Business Insider. Você pode argumentar que são expoentes fora da curva. Ok, mas de toda forma tiveram a atitude de tomar o caminho do aprendizado no sentido mais amplo e a audácia de quebrar um costume e não se preocupar com as aparências ou expectativas de terceiros.
Afinal, quanto tempo de qualidade se tem em um curso superior, nos moldes que conhecemos por aí? Ok, há algumas exceções. E o MBA, já não é tão valorizado, apesar de ser enriquecedor e ostentado por muitos outros destaques do mundo corporativo. Mas, não faria mais sentido pegar todo esse tempo e dinheiro e investir, desde criança, em aulas de xadrez, robótica, programação e na cultura maker, ou se o seu filho for mais de humanas, em teatro, redação, interpretação de texto e escrita? Além disso, e se aplicássemos os ótimos conceitos de autores como Daniel J. Siegel e criássemos crianças por inteiro, emocionalmente saudáveis, respeitosas e autoconfiantes? E ainda leitoras, ávidas por conhecimento e com exposição controlada aos eletrônicos, Ah, e que durmam o recomendado pela OMS. E mais que tudo, que recebam Amor. Muito amor. É utopia? Não. Seja um empreendedor dentro de casa. Inove. Ame. Ouse! Assuma sua responsabilidade e crie metas para você e para eles. Não dê castigos. Se for o caso, deixe de conceder o “bônus” das benesses que eles desfrutariam (foi a dica de uma ótima psicóloga - acreditem, começou a funcionar e o meu, hummm...balance scorecard está a disposição).
Apesar de ter me graduado e pós graduado, já naquele tempo tomei uma decisão, que às vezes me questiono. Não fazer um MBA full, mesmo morando nos Estados Unidos. Claro que outra razão foi o investimento associado, incluindo tempo. Posso até estar sendo a raposa do Esopo, sem suas uvas, mas posso dizer que aproveitei muito as cerca de duas mil horas de treinamento in company e por conta própria, as inúmeras viagens e os vários cursos de menor duração, fantásticos, feitos por aí. Entre nós, três meses valeram quatro anos e algumas semanas poderiam ser multiplicadas em uma proporção ainda maior.
Hoje com o ensino a distância é ainda mais fácil. Basta acessar a EdX, por exemplo, e ter acesso a centenas de cursos incríveis e gratuitos, incluindo Berkeley, Harvard, MIT e Sorbonne. E, caso queira um título, você paga ao final, se não está tudo certo. Mescle isso com muitas viagens. Se pensarmos no conceito de aprender ao invés de estudar, mais que nunca, será uma jornada de vida inteira. Podemos transformar qualquer lazer e diversão em família em atividades que resultem em mais conhecimento para todos. E ainda fortalecemos nossos laços. Meu filho, em uma lista de visitas a um museu, no campo da ocupação, ao invés de “estudante” se intitulou “inventor”. Ele se vê assim e observou tudo e aprendeu com esse olhar.
E ai? guardamos dinheiro para a faculdade ou investimos diariamente nessa jornada do conhecimento? É a melhor herança que podemos deixar. Um bom exemplo de tudo que falamos aqui é dos Gates que, que com uma fortuna bilionária, deixarão “apenas” dez milhões de dólares para cada um de seus três filhos. Ainda parece muito dinheiro, mas se somarem tudo não comprariam um terço da casa onde moram. A propósito, eletrônicos para eles somente a partir dos 14 anos, mas recebem educação, orientação e bons exemplos. E aprendem.
Desafio posto e papéis estabelecidos, o que podemos fazer, hoje, para o futuro de nossas gerações?
Leonardo Lopes - Sócio na YOU.MIND e Investidor na Alstra Technologies

Comentários

  1. Você é um leitor consistente , disso eu sei .Direciona bem a busca de conhecimento e agora faz comentários excelentes sobre educação . Parabéns Léo , aprendo muito com você .


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